Punch Drunk Movies


Punch Drunk Movies

I have come here to chew bubble gum and kick ass... and I'm all out of bubble gum.

sexta-feira, março 31, 2006

Os Irmãos Grimm (The Brothers Grimm, 2005, Terry Gilliam)

Heath Ledger as Jacob Grimm and Matt Damon as Wilhelm Grimm in Dimension Films' The Brothers Grimm

Os Irmãos Grimm até que começa bem. Os dois protagonistas sendo tratados como dois picaretas que enganam as pessoas a partir de suas crenças em bruxas, maldições, etc. ao invés de dois heróis á algo muito interessante, e ainda há um adorável clima de politicamente incorreto. Porém, é impressionante como a produção consegue decair depois de uns quarenta minutos. Se torna um filme tão infantilzinho, com presonagens horríveis (a mulher valente e durona, e um vilão irritantemente esteriótipado). Terry Gilliam podia muito bem ter deixado o filme mais louco, surreal e não querer deixá-lo tão paupável, redondinho (a conclusão final é péssima). Há também umas referências a contos de fadas que se tornam meio vazias no decorrer do tempo (a da chapeuzinho vermelho é ótima, a perseguição no bosque é provavelmente a melhor cena do filme; enquanto a do menino-biscoito é bem bobinha).

A alma de tudo e que carrega a produção nas costas são as performances de Heath Ledger e Matt Damon, com uma química muito boa e completamente livres em cena. Mas, infelizmente, só isso não é o suficiente.




Ouvindo: Islands - Humans

sexta-feira, março 24, 2006

Beleza Americana

A Luta pela Esperança (Cinderella Man, 2005, Ron Howard)

Russell Crowe in Universal Pictures' Cinderella Man

Não sei como ainda vejo os filmes do Ron Howard. Sempre quando ele lança um novo filme já sei que não vou gostar, mas, como sou muito teimoso, insisto em ver. Mas A Luta pela Esperança possui uma diferença: consegue ser muito pior do que qualquer outro filme feito pelo diretor (sendo inferior até mesmo a produções como Uma Mente Brilhante, e, acreditem, Desaparecidas). Howard se aproveita do (pouquíssimo) conteúdo apresentado pelo filme para criar aquele melodrama picareta, que parece preocupado unicamente em acumular prêmios, sem demonstrar nenhum amor pelo projeto (será que ele não sabe que fazer as coisas no piloto automático só serve para deixar o filme frio, distante?). O filme também consegue ter a capacidade de reduzir a figura do protagonista à caricatura do pai de família sofredor, mas que faz de tudo para o bem estar de seu lar, porque, como sabemos, ele vive na América, a terra das oportunidades e felicidade, e onde até mesmo os mais difíceis sonhos se tornam realidade (e adivinha como essa história toda termina?). A produção também peca ao pular o que poderia ser a parte mais interessante da história: mostrar como o protagonista decaiu. Mas, não, o que interessa mesmo é o sofrimento e a luta para tentar conseguir uma vida melhor e mais digna.

E para completar o pacote, ainda há cenas absurdamente ruins, como o protagonista pedindo esmola para empresários do boxe e também uma em que ele abraça seu filho e diz a este que nunca o abandonará. Tudo isso embalado numa trilha sonora chatinha, e um Russel Crowee uma Renée Zellweger inexpressivos. Podia ser pior?




Ouvindo: The Velvet Underground - Venus in Furs

quinta-feira, março 16, 2006

Filmes de Fevereiro

Filmes revistos entre "//"

No Silêncio da Noite (In a Lonely Place, 1950, Nicholas Ray) - *****
Matei Jesse James (I Shot Jesse James, 1949, Samuel Fuller) - ****
Barton Fink (idem, 1991, Joel Coen) - ****
/O Aviador/ (The Aviator, 2004, Martin Scorsese) - ****
Johnny & June (Walk the Line, 2005, James Mangold) - **
/O Espanta-Tubarões/ (Shark Tale, 2004, Bibo Bergeron e etc.) - **
/Kill Bill Vol. 2/ (idem, 2004, Quentin Tarantino) - *****
O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005, Ang Lee) - **** Vôo Noturno (Red Eye, 2004, Wes Craven) - **
As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1940, John Ford) - *****
Simplesmente Amor (Love Actually, 2003, Richard Curtis) - ****
Entre Quatro Paredes (In the Bedroom, 2001, Todd Field) - **
Orgulho e Preconceito (Pride & Prejudice, 2005, Joe Wright) - ***
Ponto Final (Match Point, 2005, Woody Allen) – ****
O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valence, 1962, John Ford) – ****
Elefante (Elephant, 2003, Gus Van Sant) – *****
Água Negra (Dark Water, 2004, Walter Salles) - ***
Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955, Nicholas Ray) - *****
Contra Corrente (Undertow, 2004, David Gordon Green) - ***
[CURTA] Vinil Verde (idem, Kléber Mendonça Filho) - ***
Noites Brancas (Le Notti Bianchi, 1957, Luchino Visconti) - ****
Swimming Pool (idem, 2003, François Ozon) - **
Munique (Munich, 2005, Steven Spielberg) - ****
Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly, 1966, Sergio Leone) - *****

segunda-feira, março 13, 2006

Natureza Humana

Contra Corrente (Undertow, 2004, David Gordon Green)



O filme anterior do David Gordon Green, o bonito Prova de Amor, e esta sua nova produção, Contra Corrente, são obras completamente distintas uma das outras. Se no primeiro sua direção era discreta, se destacando mais pela sensibilidade que dava ao filme, Contra Corrente já é um trabalho mais ousado e experimental (e melhor também). Logo nos primeiros de filme vemos Green fazer com sua câmera tudo o que ele tem direito: imagens congeladas, mudanças bruscas na fotografia, câmera na mão quase o tempo inteiro, cortes rápidos, slow motion. Mas o que não faz o trabalho dele parecer só mais uma tentativa de tentar ser cool é justamente o conteúdo presente em sua obra. Acho até mesmo que essas mudanças na fotografia tenham o objetivo de mostrar cada cena por uma ótica, uma visão diferente, e o slow motion e a câmera na mão dão grande intensidade a determinadas cenas.

Os personagens são tratados com uma humanidade invejável; eles parecem ter uma vontade imensa de sobreviver, se sentir a salvo e seguro (afinal, quem não tem?), onde até mesmo um um ferro-velho pode parecer o lugar mais aconchegante do mundo. Temos que tentar atravessar o mar (só quem viu o filme vai entender o que quero dizer, acho). Também é um filme sobre fraternidade; e é muito bonito ver como o irmão mais velho (que tem que lidar com o fato de tentar amadurecer) faz de tudo para tentar deixar o irmão mais novo confortável. A relação entre os personagens de Jamie Bell e Devon Alan é completamente oposta a que seu pai e seu tio tinham (e é praticamente impossível tentar imaginar que alguma os fará brigar).

E eu não sei ainda se eu entedi o que significa aquele balão estourando no final, se é alguma metáfora ou apenas um modo que Gordon Green criou para cortar o "açúcar" que a cena poderia ter. Nem sei se algum dia vou entender o que aquilo significa realmente, mas, tenho certeza, é algo muito bonito.



Ouvindo: The Velvet Underground - Venus in Furs

quarta-feira, março 08, 2006

Munique (Munich, 2005, Steven Spielberg)

Mathieu Kassovitz and Eric Bana in Universal Pictures' Munich

Depois do fiasco que foi Guerra dos Mundos, Spielberg volta à boa e velha forma com Munique, filme completamente diferente do anterior. Aliás, muito diferente de muitos outros filmes de sua filmografia. É o filme que talvez seja o seu trabalho atual que mais pareça com A Lista de Schindler ou O Resgate do Soldado Ryan, mas aqui existe a diferença de que ele não defende nenhum dos lados, algo muito curioso, já que o próprio declarou que daria sua vida por Israel. Aqui ele decide humanizar as pessoas que estão em ambos os lados; tantos os Judeus quanto os Palestinos têm suas próprias justificativas para o que fazem, o que felizmente tira qualquer tipo de maniqueísmo barato que a trama poderia trazer consigo.

Interessante também é observar como o personagem do Eric Bana (que está muito bem, aliás, assim como a maioria do elenco, que possui muita química) vai se "desintegrando" a medida em que o tempo vai passando; toda a paranóia, a sensação de que pode ser morto a qualquer momento com uma bomba na cama é passado de um modo cru e amargo por Spielberg. Há também uma fotografia excelente que ajuda a dar ainda mais densidade ao filme, e, entre muitas ótimas cenas, três conseguem se destacar mais: umas delas é a da "bomba no telefone", onde a câmera parece deslizar pelo chão em em certos momentos (e existe uma hora onde o som ambiente é cortado, deixando a cena ainda mais tensa); outra é a da "bomba no hotel", onde não há somente uma bela direção, como é uma das cenas onde mais é exposto a dificuldade do trabalho do personagem de Eric Bana; e a última é a cena da morte da espiã holandesa, que é provavelmente o momento mais cruel do filme.


Munique é um belo filme, que só escorrega durante uma cena: o personagem de Bana está fazendo sexo com sua mulher (sim, em um filme do Spielberg) e é inserido na tela umas cenas do atentado às Olimpiadas, tudo feito de um modo bem apelativo. Mas isso é até irrelevante quando vemos os acertos da produção.

Ouvindo: Destroyer - Rubies

segunda-feira, março 06, 2006

Oscar 2006



Não acredito no resultado ainda. E também não entendi. O Oscar deste ano estava indo tão bem, com uma cerimônia tão bem estruturada e com um Jon Stewart que parece ter sido a melhor escolha sem sombra de dúvidas (a piada que ele fez com Johnny & June foi genial), mas foi nos últimos minutos de feste que a coisa toda desandou: Jack Nicholson entra no palco e não anuncia o esperado. Crash ganhou. Um fato inacreditável e também uma enorme injustiça. Uma das maiores já cometidas pela Academia, aliás; como um filme que não deveria nem estar entre os cinco finalistas ganha de obras muitos melhores? (não vi Boa Noite e Boa Sorte e nem Capote, mas Brokeback Mountain e Munique são infinitamente superiores).

Me abstenho de maiores comentários.

quarta-feira, março 01, 2006

Apostas para o Oscar 2006

Como já diz o título...

Filme:

Jake Gyllenhaal and Heath Ledger in Focus Features' Brokeback Mountain

O Segredo Brokeback Mountain, de Ang Lee

Tem Chances: Munique, de Steven Spielberg


Diretor:

Director Ang Lee on the set of Focus Features' Brokeback Mountain

Ang Lee, por O Segredo Brokeback Mountain

Tem Chances: George Clooney, por Boa Noite e Boa Sorte

Ator:

Philip Seymour Hoffman as Truman Capote in Sony Pictures Classics' Capote

Phillip Seymour Hoffman, por Capote

Tem Chances: Heather Ledger, por
O Segredo de Brokeback Mountain

Atriz:

Reese Witherspoon as June Carter in 20th Century Fox's Walk the Line

Reese Witherspoon, por Johnny & June

Tem Chances: Felicity Huffman, por
Transamérica

Ator Coadjuvante:

Matt Dillon in Lions Gate Films' Crash

Matt Dillon, por Crash

Corre por fora: George Clooney, por
Syriana

Atriz Coadjuvante:

Rachel Weisz in Focus Features' The Constant Gardener

Rachel Weizs, por O Jardineiro Fiel

Corre por fora: Michelle Williams, por O Segredo Brokeback Mountain


Roteiro Original:

David Strathairn as Edward R. Murrow in Warner Independent Pictures' Good Night, And Good Luck.

Grant Haslov & George Clooney, por Boa Noite e Boa Sorte

Tem Chances: Bobby Moresco & Paul Haggis, por Crash

Roteiro Adaptado:

Heath Ledger and Jake Gyllenhaal in Focus Features' Brokeback Mountain

Diana Ossana & Larry McMurtry, por O Segredo de Brokeback Mountain

Tem chances: Dan Futterman, por Capote

Filme Estrangeiro:

Paradise Now [Palestina], de Hany Abu-Assad

Tem Chances: Tsotsi [África do Sul], de Gavin Hood

Filme de Animação:

Wallace & Gromit: A Maldição do Coelho Gigante, de Nick Park & Steve Box

Tem Chances: O Castelo Animado, de Hayao Miyazaki

Documentário:

Murderball, de Henry Alex Rubin & Dana Adam Shapiro

Tem Chances: A Marcha do Imperador, de Luc Jacquet

Fotografia:

O Segredo de Brokeback Mountain

Edição:

Munique

Direção de Arte:

Boa Noite e Boa Sorte

Figurino:

Orgulho e Preconceito

Trilha Sonora Original:

Brokeback Mountain

Canção:

"In the Deep", de Crash

Maquiagem:

A Luta pela Esperança

Som:

King Kong

Edição de Som:

King Kong

Efeitos Visuais:

King Kong