Munique (Munich, 2005, Steven Spielberg)
Depois do fiasco que foi Guerra dos Mundos, Spielberg volta à boa e velha forma com Munique, filme completamente diferente do anterior. Aliás, muito diferente de muitos outros filmes de sua filmografia. É o filme que talvez seja o seu trabalho atual que mais pareça com A Lista de Schindler ou O Resgate do Soldado Ryan, mas aqui existe a diferença de que ele não defende nenhum dos lados, algo muito curioso, já que o próprio declarou que daria sua vida por Israel. Aqui ele decide humanizar as pessoas que estão em ambos os lados; tantos os Judeus quanto os Palestinos têm suas próprias justificativas para o que fazem, o que felizmente tira qualquer tipo de maniqueísmo barato que a trama poderia trazer consigo.
Interessante também é observar como o personagem do Eric Bana (que está muito bem, aliás, assim como a maioria do elenco, que possui muita química) vai se "desintegrando" a medida em que o tempo vai passando; toda a paranóia, a sensação de que pode ser morto a qualquer momento com uma bomba na cama é passado de um modo cru e amargo por Spielberg. Há também uma fotografia excelente que ajuda a dar ainda mais densidade ao filme, e, entre muitas ótimas cenas, três conseguem se destacar mais: umas delas é a da "bomba no telefone", onde a câmera parece deslizar pelo chão em em certos momentos (e existe uma hora onde o som ambiente é cortado, deixando a cena ainda mais tensa); outra é a da "bomba no hotel", onde não há somente uma bela direção, como é uma das cenas onde mais é exposto a dificuldade do trabalho do personagem de Eric Bana; e a última é a cena da morte da espiã holandesa, que é provavelmente o momento mais cruel do filme.
Munique é um belo filme, que só escorrega durante uma cena: o personagem de Bana está fazendo sexo com sua mulher (sim, em um filme do Spielberg) e é inserido na tela umas cenas do atentado às Olimpiadas, tudo feito de um modo bem apelativo. Mas isso é até irrelevante quando vemos os acertos da produção.
Ouvindo: Destroyer - Rubies
Depois do fiasco que foi Guerra dos Mundos, Spielberg volta à boa e velha forma com Munique, filme completamente diferente do anterior. Aliás, muito diferente de muitos outros filmes de sua filmografia. É o filme que talvez seja o seu trabalho atual que mais pareça com A Lista de Schindler ou O Resgate do Soldado Ryan, mas aqui existe a diferença de que ele não defende nenhum dos lados, algo muito curioso, já que o próprio declarou que daria sua vida por Israel. Aqui ele decide humanizar as pessoas que estão em ambos os lados; tantos os Judeus quanto os Palestinos têm suas próprias justificativas para o que fazem, o que felizmente tira qualquer tipo de maniqueísmo barato que a trama poderia trazer consigo.
Interessante também é observar como o personagem do Eric Bana (que está muito bem, aliás, assim como a maioria do elenco, que possui muita química) vai se "desintegrando" a medida em que o tempo vai passando; toda a paranóia, a sensação de que pode ser morto a qualquer momento com uma bomba na cama é passado de um modo cru e amargo por Spielberg. Há também uma fotografia excelente que ajuda a dar ainda mais densidade ao filme, e, entre muitas ótimas cenas, três conseguem se destacar mais: umas delas é a da "bomba no telefone", onde a câmera parece deslizar pelo chão em em certos momentos (e existe uma hora onde o som ambiente é cortado, deixando a cena ainda mais tensa); outra é a da "bomba no hotel", onde não há somente uma bela direção, como é uma das cenas onde mais é exposto a dificuldade do trabalho do personagem de Eric Bana; e a última é a cena da morte da espiã holandesa, que é provavelmente o momento mais cruel do filme.
Munique é um belo filme, que só escorrega durante uma cena: o personagem de Bana está fazendo sexo com sua mulher (sim, em um filme do Spielberg) e é inserido na tela umas cenas do atentado às Olimpiadas, tudo feito de um modo bem apelativo. Mas isso é até irrelevante quando vemos os acertos da produção.
Ouvindo: Destroyer - Rubies
6 Comments:
At 6:46 PM, Anônimo said…
A escorregada para mim é a cena da garotinha no telefone, uma ´prova de que Spilberg ainda não é tão corajoso como deveria em seus filmes. Mas com certeza Munique é um de seus melhores trabalhos.
At 8:01 PM, Anônimo said…
não achei a cena do telefone apelativa, bem pelo contrário, acho uma cena escencial parea mostrar a solidão que ele estava sentindo naquela missão. Achei que Spielberg não fazia um filme relevante desde "A Lista...". Munique é uma obra prima na carreira do diretor comcerteza!
At 1:11 AM, Anônimo said…
Tb considero Munique um passo bastante grande de Spielberg que vinha ultimamente sendo familiar demais em seus filmes, agora sim volta com força total um dos melhores contadores de historias do cinema contemporaneo
At 4:24 PM, Gustavo H.R. said…
Concordamos. Um passo a frente na carreira de Spielberg. Tanto em termos de ousadia intelectual como maestria técnica (os cortes, os zooms, os ângulos de câmera).
Até agora não formulei uma opinião a respeito da validade da cena de sexo final. Mas o cronista Jim Emerson, colaborador do site www.rogerebert.com, escreveu um artigo inteiro explicando o propósito da cena.
Cumps.
At 8:25 PM, Anônimo said…
A cena de sexo me lembrou uma de Terra de Sonhos. E eu gostei do recurso sim, ficou forte. Só achei desnecessário o que segue depois daquilo ali. Mas Munique é um filmaço que mereceu todas as 5 indicações ao Oscar (só faltou mais uma, pra melhor som).
At 10:12 PM, Anônimo said…
Vladimir, eu gosto muito dessa cena que você citou. E eu preciso rever uma porrada de filmes do Spielberg (a maioria vi quando era menorzinho; preciso ver o que acho hoje em dia), mas entre os dessa década acho que Munique é o melhor ao lado de Minority Report.
Felipe, mas não foi essa cena que eu achei apelativa (eu até gosto dela), e sim aquela última cena de sexo.
Paulo, concordo com você, principalmente no que diz ao respeito do "familiar".
Gustavo, isso mesmo, Spielberg aqui tem uma muito boa direção. E eu bem que queria ver a opinião desse cronista, mas meu inglês não é dos melhores.
Antonio, me lembro qual é essa cena do Terra dos Sonhos (que acho interessante), mas a do Spielberg não funcionou comigo não (o slow motion, a música ao fundo).
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