O caminho do futuro revisitado
O Aviador (The Aviator, 2004, Dir: Martin Scorsese)
Não é o melhor Scorsese da década, até porque creio que a obra-prima Gangues de Nova Iorque dificilmente será batida, mas não há dúvidas de que O Aviador é um filme fabuloso, e comprovei na revisão que fiz no fim-de-semana passado. Fica cada vez mais claro para mim que é um filme que fala, acima de tudo, sobre a solidão e sobre um homem que não se encaixa nos padrões da sociedade em que vive (um personagem tipicamente scorsesiano). O roteiro do John Logan (que já roteirizou bombas como O Último Samurai) acerta em não mostrá-lo como um louco, e sim como um humano; ele tinha todo o dinheiro do mundo mas não encontra a felicidade.
Já a direção de Scorsese, a melhor do ano passado, consegue criar um clima clássico, extremamente década de 50, que impera durante todo o filme. Cria também planos cenas lindas, de cair o queixo, como a que mostra a queda de um avião em Bervelly Hills (onde a câmera filma aquilo à flor da pele; criando uma atmosfera de horror), ou então o plano final, com um close no rosto do DiCaprio (em uma atuação impecável, uma das melhores do ano passado), onde apenas 5 palavras (the way of the future) conseguem resumir toda a história do filme, terminando de modo pessimista a história. Mas há uma cena em que Scorsese filma como se estivesse mostrando um duelo daqueles clássicos faroestes (que ele já mostrou gostar tanto em Quem Bate à Minha Porta?): Howard Hughes, dentro da sala de projeção, pensa em como vai abrir umas garrafas de leite (a iluminação nessa cena, com a luz toda focada nas garrafas e em Howard e deixando todo o resto escurecido, é maravilhosa, aliás).
E ainda há a Cate Blanchett, a fotografia, a trilha sonora...
Ouvindo: Johnny Cash - I Walk the Line
Não é o melhor Scorsese da década, até porque creio que a obra-prima Gangues de Nova Iorque dificilmente será batida, mas não há dúvidas de que O Aviador é um filme fabuloso, e comprovei na revisão que fiz no fim-de-semana passado. Fica cada vez mais claro para mim que é um filme que fala, acima de tudo, sobre a solidão e sobre um homem que não se encaixa nos padrões da sociedade em que vive (um personagem tipicamente scorsesiano). O roteiro do John Logan (que já roteirizou bombas como O Último Samurai) acerta em não mostrá-lo como um louco, e sim como um humano; ele tinha todo o dinheiro do mundo mas não encontra a felicidade.
Já a direção de Scorsese, a melhor do ano passado, consegue criar um clima clássico, extremamente década de 50, que impera durante todo o filme. Cria também planos cenas lindas, de cair o queixo, como a que mostra a queda de um avião em Bervelly Hills (onde a câmera filma aquilo à flor da pele; criando uma atmosfera de horror), ou então o plano final, com um close no rosto do DiCaprio (em uma atuação impecável, uma das melhores do ano passado), onde apenas 5 palavras (the way of the future) conseguem resumir toda a história do filme, terminando de modo pessimista a história. Mas há uma cena em que Scorsese filma como se estivesse mostrando um duelo daqueles clássicos faroestes (que ele já mostrou gostar tanto em Quem Bate à Minha Porta?): Howard Hughes, dentro da sala de projeção, pensa em como vai abrir umas garrafas de leite (a iluminação nessa cena, com a luz toda focada nas garrafas e em Howard e deixando todo o resto escurecido, é maravilhosa, aliás).
E ainda há a Cate Blanchett, a fotografia, a trilha sonora...
Ouvindo: Johnny Cash - I Walk the Line
5 Comments:
At 8:53 PM, Luiz Henrique Oliveira said…
Sem dúvida, o melhor do ano passado. Prefiro este a "Menina de Ouro", o grande vencedor.
Abração e até mais.
At 12:38 PM, Anônimo said…
Parei de ler em: "O roteiro do John Logan (que já roteirizou bombas como O Último Samurai".
Obrigado.
At 1:08 PM, Anônimo said…
eu não achei um filme assim, assim, tão humano.
realmente, a direção é classe, as atuações idem... mas... NÃO É UM GRANDE FILME MESMO!
At 4:49 PM, Anônimo said…
É uma obra-prima, mas melhor que "Gangues de Nova York" (que parece um Scorsese apaixonado como nunca, pelos personagens, pelo universo, pelas bandeiras), realmente não é. Longe disso. Mas tem muito conteúdo scorsesiano em evolução, cada vez mais sofisticado e delicado (sim, acho scorsese de certa forma delicado em algumas ocasiões). E não acho "O último samurai" uma bomba, passa longe disso - grande filme não é, mas bomba, aí é demais.
At 6:00 PM, Anônimo said…
Luiz, prefiro outros, como A Vida Marinha, Um Filme Falado, e talvez Oldboy, mas é TOP 5 com certeza.
Gabriel, HAHAHAHAHAHAHA. Aliás, eu pensei em colocar bombas em CAPS LOCK, mas aí desistir. hehehe.
Thiago, não é um grande filme realmente... é bem mais que isso. hehehe.
Henrique, também acho que por trás daquela violência toda dos filmes do Scorsese há uma grande delicadeza, principalmente no tratamento que ele dá aos seus personagens. Ah, e acho O Ultimo Samurai uma tortura, sem exageros; quase ia vomitando naquele final.
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