A sorte define o jogo
Ponto Final (Match Point, 2005, Woody Allen)
OBS: O texto a seguir contém spoilers. Melhor não ler, caso não tenha visto o filme.
Ponto Final realmente não é um filme que siga o padrão de outros filmes do Woody Allen, a começar pelo lugar onde se passa a história, Londres, e não mais Nova York; a troca do jazz para a ópera; e o protagonista que, bem, é bastante diferente de outros filmes do diretor. Também foi muito comparado a Crimes e Pecados, e pode até mesmo ter alguma semelhança com o filme de 1989, mas Ponto Final tem sim seus próprios méritos (e como tem!).
Para começo de história vale ressaltar que a introdução da ópera no filme é algo completamente feliz: dá um tom mais trágico ao filme, um certo quê de tristeza, e contribui para a tremenda intensidade de algumas cenas. As divagações sobre a sorte e o acaso (como logo aquela que abre o filme) e a metáfora que é feita entre um jogo de tênis e a vida também são maravilhosas. Há também uma conclusão final bárbara, que é construída de um modo incrivelmente inteligente (e que nos faz pensar ainda mais sobre o acaso, sorte, etc.). A dupla de detetives que aparecem lá pela metade final do filme parece ter saído de um filme do Hitchcock, e são donos de um dos melhores diálogos do filme.
Scarlett Johansson está sensacional no papel da "loira fatal", daquelas que parecem ter saído de um filme noir da década de 40 (a primeira cena em que ela aparece é genial), e Jonhattan Rhys-Meyers é outro que está brilhante, se entregando de um modo surpreendente ao personagem (e até agora não consegui engolir como ele foi tão subestimado nas premiações desse ano). Aliás, ele também é o protagonista da provavelmente melhor cena do filme: a conversa entre ele, Nola e a vizinha desta depois de ter assassinado as duas últimas. Aí que vemos que a sorte poderia até estar do seu lado, mas ele nunca conseguirá ter a paz de espírito.
Ouvindo: Pavement - Elevate me Later
OBS: O texto a seguir contém spoilers. Melhor não ler, caso não tenha visto o filme.
Ponto Final realmente não é um filme que siga o padrão de outros filmes do Woody Allen, a começar pelo lugar onde se passa a história, Londres, e não mais Nova York; a troca do jazz para a ópera; e o protagonista que, bem, é bastante diferente de outros filmes do diretor. Também foi muito comparado a Crimes e Pecados, e pode até mesmo ter alguma semelhança com o filme de 1989, mas Ponto Final tem sim seus próprios méritos (e como tem!).
Para começo de história vale ressaltar que a introdução da ópera no filme é algo completamente feliz: dá um tom mais trágico ao filme, um certo quê de tristeza, e contribui para a tremenda intensidade de algumas cenas. As divagações sobre a sorte e o acaso (como logo aquela que abre o filme) e a metáfora que é feita entre um jogo de tênis e a vida também são maravilhosas. Há também uma conclusão final bárbara, que é construída de um modo incrivelmente inteligente (e que nos faz pensar ainda mais sobre o acaso, sorte, etc.). A dupla de detetives que aparecem lá pela metade final do filme parece ter saído de um filme do Hitchcock, e são donos de um dos melhores diálogos do filme.
Scarlett Johansson está sensacional no papel da "loira fatal", daquelas que parecem ter saído de um filme noir da década de 40 (a primeira cena em que ela aparece é genial), e Jonhattan Rhys-Meyers é outro que está brilhante, se entregando de um modo surpreendente ao personagem (e até agora não consegui engolir como ele foi tão subestimado nas premiações desse ano). Aliás, ele também é o protagonista da provavelmente melhor cena do filme: a conversa entre ele, Nola e a vizinha desta depois de ter assassinado as duas últimas. Aí que vemos que a sorte poderia até estar do seu lado, mas ele nunca conseguirá ter a paz de espírito.
Ouvindo: Pavement - Elevate me Later
5 Comments:
At 8:55 PM, Anônimo said…
O filme é fantástico. O melhor do ano até agora. Johansson está soberba.
At 1:54 AM, Anônimo said…
nao vejo a hora dele estrear na minha cidade, enquanto isso nao acontece é ficar na torcida pelo tio Allen para ele levar o Oscar
ae!
At 11:30 AM, Gustavo H.R. said…
Estou curiosíssimo; o Allen mais elogiado e de maior sucesso em 20 anos seria uma ótima oprtunidade para se tornar fã do cineasta/roteirista/ator neurótico. Mas é melhor evitar os spoilers, sorry.
Cumps.
At 2:36 PM, Anônimo said…
Gabriel, concordo em gênero, número e grau. Filmaço do Allen!
Felipe, torço muito para que o Allen leve Roteiro Original, mas vai dar Crash, infelizmente.
Gustavo, adoro o Allen tanto no drama (Interiores é uma obra-prima!), como na comédia (ah, Manhattan, Annie Hall...), e esse novo dele vale muito a pena mesmo. E fez bem em não ler o texto, que tem um spoiler gigantesco sobre a trama.
At 2:39 PM, Rodrigo said…
Ah, e em breve coloco minhas apostas para o Oscar aqui, assim como publico textos sobre Contra Corrente e Munique. Aguardem!
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