Punch Drunk Movies


Punch Drunk Movies

I have come here to chew bubble gum and kick ass... and I'm all out of bubble gum.

sábado, abril 07, 2007

Abril

Última Atualização (02/05): vários



113. Amantes (Love Streams, 1984, John Cassavetes) - *****

[Faz quase uma semana que já vi e eu não tenho nem mais dúvida de que se trata de um dos maiores filmes da História. Sem brincadeira. As cenas entre pai e filho/mãe e filha, ser humano/ser humano...puta merda.]

114. Filhos da Esperança (Children of Men, 2006, Alfonso Cuarón) -
***

[Um tanto decepcionante, apesar de ser bom. Ainda me incomoda aquela câmera excessivamente na mão, apesar de que aqui ela é utilizada de modo bem mais coeso e maduro que em um E Sua Mãe Também: está aqui não por fetiche, e sim para nos dar um conhecimento maior, mais amplo do ambiente, dando-nos uma construção espacial admirável, e é aterrorizante justamente porque a paisagem se parece tanto com a dos dias de hoje: os carros são praticamente os mesmos da atualidade, as roupas não são aquelas a qual estamos acostumadas a ver filme filmes futuristas-apocalípticos. A fotografia espetacular do Emmanuel Lubezki (o mesmo de O Novo Mundo) nos entrega uma Londres melancólica, apática, fria, mas o problema é que a estética acaba se destacando em relação ao conteúdo: o personagem de Clive Owen (que, sim, está muito, muito bem - apesar de que minha atuação favorita é a do Michael Caine, vivendo um maluco hippie que vive chapado) é limitado porque segue à risca a caricatura do burocrata frio e calculista: é bêbado (e para isso o filme tem que reservar dois planos insignificantes em que: 1. ele é revistado ao entrar em um prédio qualquer - em uma cena que toca uma música e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r do King Crimson, mas que é muito mal introduzida, crime! -, no quadro apenas os utensílios que ele retira do bolso e o último objeto é... uma garrafa de whisky!; 2. Clive Owen está em um quarto qualquer e aparece bebendo... uma garrafa de Whisky, direto do gargalo aliás - exatamente o que vocês estão pensando agora: "nossa, Rodrigo, você é muito fresco e excessivamente observador quanto aos filmes, e, olha só, você chamou estas duas cenas de 'insignificantes', você está se contradizendo!", eu respondo: "eu não tenho culpa se determinados filmes como este ou um - e olha só o pitaco que não tem nada a ver - Impulsividade abusam de artificialismos para construir uma imagem complexa para o protagonista de suas respectivas história; e se são insignificantes, logo não deveriam existir, e se não deveriam existir, logo não estou me contradizendo!"), foi abandonado pela esposa (ou ele a abandonou, que seja) e perdeu um filho :nestes dois casos, mais especificamente neste último, o filme encontra a saída mais fácil para adentrar em um caminho do sentimentalismo exacerbado, que contamina, infelizmente, a cena final (apesar de que tenho que reconhecer que há uma brilhante e extremamente apropriada quebra de clima em uma cena fenomenal: em um momento proximo do clímax, dois personagens - o de Clive Owen e da moça que interpreta a grávida, de quem não sei o nome, perdão -, caminham por entre uma multidão que parecem de certo ovacioná-los - por meio de olhares, atos e não necessariamente por meio de aplausos, gritos, etc. -, e a quebra de ritmo ocorre justamente quando alguém dispara um tiro, o que dispersa toda aquela multidão - ou seja: seres humanos estão mais preocupados em aniquilar o próximo do que amparar o primeiro ser humano nascido em quase dezoito anos; e, ao meu ver, é um momento sublime que representa quase toda a mensagem pessimista que o filme transmite em inúmeras cenas, apesar de que a cena final apresenta, meio que indiretamente, um certo otimismo, mensagem esperançosa - mas posso estar louco, preciso pensar mais a respeito). Por falar em cenas fenomenais, há aqui dois momentos que devem ser destacados: a cena de abertura, com timing temporal perfeito, e um momento-surpresa, aquele do ataque dos terroristas, com a câmera girando quase o tempo em 360º dentro do carro, criando um clima claustrofóbico, perturbador, um momento que certamente estaria nas minhas melhores cenas do ano passado. Muito o que se pensar a respeito, mas o resultado sem dúvida é positivo.]

115. Exilados (Exiled, 2006, Johnnie To) - ****1/2

[Em duas palavras: western spaghetti. Obra-prima.]


116. O Céu de Suely (idem, 2006, Karim Ainouz) - ***1/2

117. Os Olhos Sem Rosto (Les Yeux Sans Visage, 1960, Georges Franju) - *****

118. 300 (idem, 2006, Zack Snyder) - *1/2

119. O Vingador do Futuro (Total Recall, 1990, Paul Verhoeven) - ****

120. Os Implacáveis (The Getway, 1971, Sam Peckinpah) - ****1/2

121. O Franco-Atirador (The Deer Hunter, 1978, Michael Cimino) - *****

122. O Ilusionista (The Ilusionist, 2006, Neil Burguer) - ***

123. Aurora (Sunrise, 192?, F.W. Murnau) - *****

124. Maria Antonieta (Marie-Antoinette, 2006, Sofia Copolla) - ****

125. Fuga de Nova York (Escape from New York, 1981, John Carpenter) - n/a

[Antes que perguntem: o n/a é resultado da equação sono + não deu tempo para rever (impressionante, a matemática me persegue até no cinema), mas as coisas estavam indo muito-bem-obrigado, digo, até o momento em que eu estava lúcido o suficiente para analisar qualquer coisa.]

126. Arkadin/Grilhões do Passado (Mr. Arkadin/Confidential Report, 1956, Orson Welles) - ****1/2

127. Os Doze Condenados (The Dirty Dozen, 1967, Robert Aldrich) - ***1/2

128. Ensina-me a Viver (Harold and Maude, 1971, Hal Ashby) - **1/2

129. /Flores Partidas/ (Broken Flowers, 2005, Jim Jarmusch) - ***1/2 [atinge picos de **** e ****1/2 lá pelo clímax]

130. Um Príncipe em Nova York (Coming to America, 1988, John Landis) - ***

131. Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (Bom yeoreum gaeul gyeoul geurigo bom, 2003, Kim Ki-duk) - **

132. O Crocodilo (Il Caimano, 2006, Nanni Moretti) - *****

133. Irresistível Paixão (Out of Sight, 1998, Steven Soderbergh) - ***1/2

134. O Estado das Coisas (Der Stand der Dinge, 1982, Wim Wenders) - *****

135. Ninguém pode Saber (Dare mo shiranai, 2004, Hirokazu Kore-eda) - ***

136. O Estranho (The Limey, 1999, Steven Soderbergh) - **1/2

137. Casa Vazia (Bin-Jip, 2004, Kim-ki Duk) - **1/2

138. Paraíso (Heaven, 2002,Tom Tykwer) - **

139. Contra a Parede (Gegen die Wand, 2004, Fatih Akin) - **1/2

140. Half Nelson (idem, 2006, Ryan Fleck) - ***1/2

141. Batismo de Sangue (idem, 2007, Helvécio Ratton) - **

142. O Inventor de Ilusões (King of the Hill, 1993, Steven Soderbergh) - ***1/2

143. Aventureiros do Bairro Proibido (Big Trouble in Little China, 1986, John Carpenter) - ****

144. Na Hora da Zona Morta (The Dead Zone, 1983, David Cronenberg) - ***

145. /Aventureiros do Bairro Proibido/ (Big Trouble in Little China, 1986, John Carpenter) - ****1/2

146. Tempos que Mudam (Les Temps qui Changent, 2004, André Techiné) - ***

147. /Barton Fink/ (idem, 1991, Joel e Ethan Coen) - ****1/2

148. As Coisas Simples da Vida (Yi Yi, 2000, Edward Yang) - *****

Foto: As Coisas Simples da Vida, de Edward Yang