Punch Drunk Movies


Punch Drunk Movies

I have come here to chew bubble gum and kick ass... and I'm all out of bubble gum.

sábado, setembro 02, 2006

Setembro

Total: 34 Filmes

A Dama na Água (Lady in the Water, 2006, M. Night Shyamalan) - 9,0

[Shyamalan cria uma narrativa baseada em uma história de ninar, e, assim, cria uma fábula mágica, encantadora. Ver A Dama na Água é como voltar a ter uns cinco anos de idade, quando ficávamos maravilhados com histórias envolvendo elementos fantásticos como os que aparecem por aqui. Porém, Shyamalan cria também uma espécie de relato da sociedade atual, dos rumos que estamos tomando: as guerras, os péssimos governantes e a falha de comunicação: durante quase toda a projeção parece que, entre os moradores do condomínio, existe um enorme desentendimento entres. E todos aqueles personagens que inicialmente pareciam não ter uma certa utilidade, ganham papéis importantíssimos no decorrer do longa (agem, enfim, como uma família). A construção do personagem principal é muito provavelmente a melhor de um filme do Shyamalan (e geralmente eu gosto bastante dos protagonistas de seus filmes), principalmente quando descobrimos algo essencial sobre o seu passado. É um acerto imenso do Shyamalan esse A Dama na Água; conseguiu ser muitíssimo bem-sucedido no que queria fazer e nos entregou algo maravilhoso, magnífico...]

Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo * Mas Tinha Medo de Perguntar (Everything You Always Want to Know..., 1972, Woody Allen) - 5,0

A Garota da Vitrine (Shopgirl, 2005, Anand Tucker) - 5,5

[Por muitas vezes a melancolia presente em Garota da Vitrine é algo muito bem construído, mas em outras tudo soa muito falso, querendo ser uma espécie de novo Encontros e Desencontros. O trio principal é formado por ótimos personagens (pessoas perdidas e solitárias em uma cidade grande e movimentada), mas a relação entre eles (a excessiva troca de namorados entre a Claire Danes) por muitas vezes é bem sem graça. Mas a pior coisa é definitivamente aquela narração em off horrorosa (e até mesmo inútil, por que não?). A Claire Danes eu acho bem mais ou menos, tanto em beleza quanto em talento; o Steve Martin eu acho bom ator dramático, mas também consegue ser bem inexpressivo quando quer; o melhor do trio é o Jason Schwartzman (ótimo ator, mas muitas vezes subestimado), que esteve brilhante em Rushmore, e aqui ele repete mais uma performance muito acima da média.]

Hiroshima Meu Amor (Hirsohima Mon Amour, 1959, Alain Resnais) - 9,0

O Nascimento de uma Nação (The Birth of a Nation, 1915, D.W. Griffith) - 8,5

A Dupla Vida de Véronique (La Double Vie de Véronique, 1991, Krzysztof Kieslowski) - 8,0

A Última Gargalhada (Der Letzte Mann, 1924, F. W. Murnau) - 10,0

Verdade Nua (Where the Truth Lies, 2005, Atom Egoyan) - 3,0

[(TEXTO COM SPOILERS) Há uma tentativa muito grande de tentar recriar o glamour da época em que o filme se passa, mas o resultado soa artificial demais (fica somente no esforço infelizmente). O trio de protagonistas é o pior que eu vi em muito, mas muito tempo: a personagem da Lohman corresponde ao fetiche da "mulher intelectual, certinha e que dá muito valor ao seu trabalho, mas que, no fundo, revela obscuras tendencias homossexuais"; e nem precisa falar do típico "canalhão" vivido pelo Kevin Bacon ou o personagem do Colin Firth, que, vejam só, também revela uma curiosa tendência bissexual lá pelo final do filme, em uma cena absolutamente risível. É basicamente uma comédia involuntária (pau a pau com O Código Da Vinci, mesmo), um pornô muito vagabundo e mal disfarçado e uma tentativa de criai um clima noir, ou qualquer outra coisa parecida com isso.]

Cupido é Moleque Teimoso (The Awful Truth, 1937, Leo McCarey) - 8,0

O Leopardo (Il Gattopardo, 1963, Luchino Visconti) - 9,5

[É de uma beleza irretocável, não somente por causa da direção de arte, fotografia, etc., mas também pelo modo de filmar do Visconti (as sequencias de batalha são impecáveis). Ele explora bastante o período da unificação italiana, mas o que fica claro é a forte crítica que faz da aristocracia/burguesia (um certo personagem, no início do filme, é sonhador e revolucionário, mas quando consegue adquirir o devido poder começa, aos poucos, a mudar o seu estilo de vida). Também é feito um grande estudo do protagonista da história, vivido brilhantemente pelo Burt Lancaster, um homem cansado e que carrega um grande peso em suas costas, além de possuir a grande infelicidade de ver tudo entrar em decadencia (a nobreza, a cidade, etc.).]

A Casa Monstro (Monster House, 2006, Gil Kenan) - 6,5

[Tem a cara daqueles filmes feitos na década de 80/90, que eram exibidos na sessão da tarde ou cinema em casa (um espírito até que muito saudosista). O Kenan acerta ao compor a história como um conto de horror, com personagens misteriosos e aterrorizantes, funcionando em perfeita sintonia. Há uma ingenuidade por parte dos personagens que eu acho uma maravilha, o que fica claro naquele diálogo envolvendo a úvula. É um filme adorável, simplesmente.]

Coração Selvagem (Wild at Heart, 1990, David Lynch) - 7,5

A Liberdade é Azul (Bleu, 1993, Krzysztof Kieslowski) - 9,0

/Amor à Flor da Pele/ (Fa Yeung nin wa, 2000, Wong Kar-Wai) - 8,5

[Da primeira vez eu já gostava muito, mas o filme cresce demais nessa revisão. É algo realmente lindo, maravilhoso, com cenas incrivelmente amargas, como aquela despedida ou o momento em que o personagem do Leung está em Cingapura (minha nossa, como que eu não tinha percebido aquela cena da árvore?!). Fora que o Kar-Wai se sai extremamente feliz ao não mostrar em nenhuma cena os rostos dos cônjuges, já que, afinal, é um filme sobre a completa identificação (e atração) que os dois protagonistas sentem um pelo outro (seja pela vida entediante que levam ou pela preferencia por história de artes marciais) e nada mais importa.]

O Albergue (Hostel, 2005, Eli Roth) - 4,5

[Inicialmente, o Roth parece querer fazer um filme com cara daquelas produções da década de 80, com forte exploração nas drogas e sexo, e acho que nesse ponto ele se sai muito bem sucedido. Mas a coisa toda começa a parar de funcionar quando o filme se transforma em um jogo de sadismo simplesmente doentio. É como se o Roth renegasse toda a trama do filme para fazer apenas para exercitar as mais loucas práticas de tortura existente (digamos que depois de uns 40 minutos o filme se transforme em uma espécie de show de horror; “pegue seu ingresso e veja como um corpo pode ser esquartejado”), e, me desculpem, mas eu simplesmente não consigo me divertir com isso. A coisa toda piora quando o Roth parece querer dar mais coerência à sua trama e transforma a produção em uma história muito capenga sobre vingança (e talvez o maior problema disso seja a rapidez com que tudo ocorre, sem ter o mínimo de profundidade).]

O Corte (Le Couperet, 2005, Costa-Gavras) - 6,5

Viridiana (idem, 1961, Luis Buñuel) - 8,0

Antes da Revolução (Prima della Rivoluzione, 1964, Bernado Bertolucci) - 8,5

A Igualdade é Branca (Blanc, 1994, Krzysztof Kieslowski) - 7,5

A Casa do Lago (The Lake House, 2006, Alejandro Agresti) - 7,0

Click (idem, 2006, Frank Coraci) - 5,0

[A intenção deste aqui parece ser criar uma espécie de A Felicidade Não se Compra do século XXI (adicionando toques de modernidade a sua idéia), mas a lição de moral soa como apenas um didatismo bem chatinho e não tem nem 0,1% da magia do filme do Capra. A maioria das piadas são fracas, e quase todas apelam para um humor físico que não funciona (aquela que envolve um cachorro e um pato são insuportáveis). E se no terceiro ato o filme parece que ganha um fôlego a mais, tudo se perde quando o filme busca um solução fácil demais, enlatada demais.]

Crime Delicado (idem, 2005, Beto Brant) - 7,5

[Aqui, Brant troca aquela câmera bruta de O Invasor por uma câmera que pouco se movimenta, que permanece estática durante quase todos os planos (e, assim, Brant cria o clima que é realmente necessário à produção). Todos os personagens do filme parece que a todo momento estão sendo postos em análise, e uma cena que mostra muito bem isso é aquela em que o personagem do Ricca se imagina em um palco de teatro, e a platéia toda ri dele. Traz uma discurssão extremamente inteligente sobre a arte, ou melhor, sobre o que é a arte; a relação entre o pintor e a modelo, por exemplo, é vista pelo personagem do Ricca como uma exploração, pornografia, enquanto a personagem da Taublib considera tudo como uma espécie de libertação. Outra cena excelente é aquela em que o Brant filma uma conversa entre prostitutas, um diálogo sobre a vida entre duas pessoas e um casal bêbado brigando; são nesses momentos em que o filme deixa claro que tem como idéia principal a de analisar os atos feitos pelos seres humanos.]

O Bebê de Rosemary (Rosemary's Baby, 1968, Roman Polanski) - 8,0

O Anjo Exterminador (El Angél Exterminador, 1962, Luis Buñuel) - 9,0

/Assalto a 13ª Dp/ (Assault on Precint 13, 2005, Jean-François Richet) - 7,0

A Fraternidade é Vermelha (Rouge, 1994, Krzysztof Kieslowski) - 9,0

Sexo, Mentiras e Videotape (Sex, Lies, and Videotape, 1989, Steven Soderbergh) - 5,0

A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation of Christh, 1988, Martin Scorsese) - 8,5

Olhos de Serpente (Snake Eyes, 1998, Brian De Palma) - 9,0

New York, New York (idem, 1977, Martin Scorsese) - 7,0

As Torres Gêmeas (World Trade Center, 2006, Oliver Stone) - 2,0

Manderlay (idem, 2005, Lars Von Trier) - 5,5

Anatomia de um Crime (Anatomy of a Murder, 1959, Otto Preminger) - 9,5

/Amor em Jogo/ (Fever Pitch, 2005, Bobby e Peter Farrely) - 8,0

Viagem à Itália (Viaggio in Italia, 1954, Roberto Rossellini) - 8,5