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Punch Drunk Movies

I have come here to chew bubble gum and kick ass... and I'm all out of bubble gum.

sábado, julho 09, 2005

Guerra dos Mundos

War of the Worlds

Tim Robbins , Tom Cruise and Dakota Fanning in Paramount Pictures' War of the Worlds

Spielberg já deixou claro em seus filmes que ele tem certeza que existe vida fora da Terra. Em “E.T.”, por exemplo, o diretor narra a história de um extraterrestre que chega na Terra e que deseja voltar para sua terra natal. Isso veio a se repetir em “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” e até mesmo em “AI – Inteligência Artificial”. Não por muita coincidência, todos eles são bonzinhos; acham os humanos seres estranhos, assim como nós os achamos. Porém, agora as coisas se inverteram: em “Guerra dos Mundos” os extraterrestres são seres malvados, impiedosos, e desejam exterminar a raça humana. Mas, infelizmente, o resultado não foi tão bom quanto o esperado: até a metade do seu segundo ato “Guerra dos Mundos” cumpre as minhas expectativas, mas depois as coisas desandam até demais.

Ray Ferrier (Tom Cruise) é um operador de guindaste divorciado e que passa o fim-de-semana com seus filhos, Rachel e Robbie. Em um desses dias, a população de sua cidade é surpreendida por um Tripod, que começa a exterminar toda população mundial. Assim, Ray e seus dois filhos tentarão sobreviver a todo custo.

O roteiro escrito por Josh Friedman (que tem alguns filmes famosos em seu currículo, como “O Pagamento Final” e “Homem-Aranha”) e David Koepp, baseado no livro clássico da ficção-científica escrio por H.G Wells possui um primeiro ato excelente. Além de não estereotipar o protagonista, eles colocam alusões muito boas à paranóia Porém, é na metade do segundo ato que os dois perdem parte do seu rumo: apesar da inclusão de um excelente personagem (Harlan Ogilvy, o mais interessante do filme; interpretado por Tim Robbins), a partir daí o filme se torna muito bobinho; cai no lugar comum dos filmes catástrofes. Mas, se tudo estava ao menos mediano, Friedman e Koepp se perde de vez no final, quando o espectador se depara com um final feliz demais.

Porém, Spielberg também tem parte de culpa nisso. Até o terceiro ato, sua direção é segura e extremamente tensa; retrata com crueldade o extermínio, e o mais admirável é que ele não utiliza do sangue para mostrar a guerra (em uma cena, por exemplo, Rachel vê milhares de corpos boiando na água; uma cena até mesmo incômoda, aliás). Porém no final Spielberg decide colocar sentimentalismo onde não devia. Eu sei que falar que a conclusão de seus filmes possuem melodrama é um clichê, mas ele poderia muito bem abrir uma exceção desta vez.

O elenco também não faz feio, mas nada de grandioso. Tom Cruise está bem; Dakota Fanning não faz nada além de soltar gritinhos aterrorizados durante o filme (mas está até simpática). O melhor de todos é o Tim Robbins, com uma ótima interpretação; bastante fiel a seu personagem.

Enfim, “Guerra dos Mundos” é um filme bem fraquinho. Tem como principal ponto forte a boa direção de Spielbreg, mas o seu maior problema é o final feliz demais, e o fraco roteiro. Uma decepção.


Cotação: 2/5

Até mais e abraços; Rodrigo

Ouvindo: Velvet Underground - Stephenie Says