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Punch Drunk Movies

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sexta-feira, julho 22, 2005

Clã das Adagas Voadoras

Shi mian mai fu (2004)

Zhang Ziyi and Takeshi Kaneshiro in Sony Pictures Classics' House of Flying Daggers

OBS: O texto a seguir pode possuir spoilers

O cinema Chinês/Japonês sempre teve como maior representante os filmes de artes marciais. Nesta década, por exemplo, tivemos o excelente “Zatoichi”, dirigido por Takeshi Kitano, e que conta a história de um espadachim cego (sem contar “O Tigre e o Dragão”, mas esse já é da década passada). Agora, durante este ano, dois filmes deste gênero chamaram a atenção: “Herói” e “O Clã das Adagas Voadoras”, ambos dirigidos por Zhang Yimou. O primeiro conta com uma excelente direção e um roteiro surpreendente, além de uma competente parte técnica. Já o segundo, que era um dos favoritos ao Oscar de Filme Estrangeiro, mas acabou ficando de fora, não cumpre muita das minhas expectativas, mas, ainda assim, consegue ser uma competente produção.

A Dinastia Tang vive terríveis conflitos com “O Clã das Adagas Voadoras”, uma organização rebelde insatisfeita com o governo que rouba dinheiro dos ricos para dar aos pobres. Um soldado recebe a missão de investigar uma dançarina cega, que é suspeita de participar do tal clã. Em sua busca a ela, o soldado fica apaixonado e fará de tudo para ficar ao seu lado.

O roteiro escrito a seis mãos por Zhang Yimou, Feng Li e Bi Wang (que também escreveram o de “Herói”) tem como ponto fraco a trama na qual gira em torno. Ela pode ser interessante, mas cai por muitas vezes no clichê estilo “Romeu e Julieta”, e que se torna te mesmo previsível. Porém, é com a chegada de sua meia hora final que o filme cresce surpreendentemente: nesse período ocorre uma pequena reviravolta (que não soa forçada), um triângulo amoroso que funciona muito bem (e que deixa o filme um tanto mais interessante), e uma belíssima conclusão final, que pode até ser melosa, mas merece aplausos por não optar pelo “final feliz”.

A direção de Zhang Yimou, por sua vez, é o grande destaque. Seqüências bonitas visualmente, e um bom ritmo dado às cenas de luta (apesar de ainda preferir as de “Herói”, essas daqui também são muito boas). Mas a sua direção também é bastante sensível: a cena final, por exemplo, é belíssima, tanto visualmente quanto emocionalmente (a cena do “jogo do eco” é bem legal). Aqueles enquadramentos elegantes que estiveram presentes em “Herói” (a comparação é inevitável), também estão presentes aqui.

As atuações também são ótimas. O maior destaque é Zhang Ziyi, interpretando a cega Mei; ela está carismática, e a sua química com Takeshi Kaneshiro, que por sua vez também está muito bem em cena, se tornam outro atrativo do filme. Andy Lau, fazendo Leo, ganha importância maior importância durante o terceiro ato, e se sai bem.

Enfim, “O Clã das Adagas Voadoras” é um ótimo filme. Possui muito boa direção do Zhang Yimou, competentes atuações, mas um roteiro que é o principal problema do filme (se salvando no terceiro ato).

Cotação: 4/5

Até mais e abraços; Rodrigo

Ouvindo: Badly Drawn Boy - Something to Talk About