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quarta-feira, agosto 03, 2005

Quadrinhos em Ação

Sin City (idem, 05)

Clive Owen as Dwight and Benicio Del Toro as Jackie-Boy in Dimension Films' Sin City

Foram muitas as vezes em que Frank Miller recusou a proposta de fazer um longa-metragem de uma de suas mais célebres histórias em quadrinhos, “Sin City”. Entre essas pessoas que não conseguiram levar a HQ para a telona estava Robert Rodriguez (que, de sua filmografia, só conheço mesmo “Pequenos Espiões”, e que, pelo o que eu me lembro, é divertido). Mas esse homem não desistiu. Filmou uma cena do filme, sem Miller saber, e entregou para o próprio dizendo que o filme seria daquele jeito (essa cena é a de abertura do filme). E Frank fez o certo ao aceitar o projeto: “Sin City” não filme feito somente de visual (como acontece em, por exemplo, “Capitão Sky e o Mundo de Amanhã”); tem atuações excelentes e um roteiro fantástico. E o filme em si (aí vai o trocadilho) é impecável.

John Hartigan (Bruce Willis) é um dos poucos policiais honestos de Basin City. Prestes a se aposentar, ele decide que sua última missão será salvar Nancy, uma menina de 11 anos e que está nas mãos de estrupadores. Marv (Mickey Rourke), o anti-herói da história, é um assassino de sangue-frio que decide vingar a morte de sua amada, Goldie (Jaime King). E, por fim, Dwight (Clive Owen) é um sujeito que decide se vingar do policial corrupto Jackie Boy (Benicio Del Toro) e seus capangas por eles terem mexido com as suas “garotas”.

Um dos grandes pontos fortes do roteiro de “Sin City” talvez seja os seus personagens. Alguns deles são donos de uma grande ambigüidade, outros são policiais corruptos, ou até mesmo canibais. Os dois melhores personagens que se encaixa no primeiro “tipo” são, com certeza, Marv e Hartigan. O primeiro é um anti-herói construído com perfeição e o segundo é um policial honesto que vive com dificuldade em uma cidade violenta. Mesmo esses dois agindo com certa violência, o mais legal de tudo é que o espectador entende os seus motivos (graças também aos atores que os interpretam). Jackie Boy e Dwight, mesmo não sendo multidimensionais, são outros personagens fantásticos; é delicioso ver a trajetória deles pela cidade do pecado (não pela violência mostrada nessa parte, mas pelo o que acontece nesse caminho). Outra coisa muito boa do roteiro são as histórias. Todas são excelentes e imprevisíveis.

A direção de Frank Mille e Robert Rodriguez também é maravilhosa. O que talvez chame mais atenção logo de cara seja mesmo visual, apesar de que este não chegue a ser o melhor do filme. Ela, além de transpor todo o ambiente dos quadrinhos, é, de certo modo, um personagem do filme. O preto e branco deixa a Basin City mais triste, obscura, cruel. A narrativa em off , muito comentada, é bem interessante, e, ao contrário de alguns pessoas, não achei cansativa; ela tem até um certo de charme, aliás. Na verdade, toda a estrutura narrativa é excelente. Um climão de filme noir perfeito é imposto (e trilha sonora contribui muito para isso). Sem falar que o filme até que possui um certo humor negro (nos diálogos, na verdade), presentes, em sua maioria, na história de Marv (a cena final de sua história, por exemplo).

As atuações também são ótima. Bruce Willis está perfeito como Hartigan (a única coisa que o prejudica é que ele não tem muita cara de sessentão); um homem solitário e triste por presenciar o caos de sua cidade. Mickey Rourke, muito provavelmente o melhor do elenco, mostra que não é somente um galã de filmes como “9 semanas e Meia de Amor”, e está brilhante como Marv. Ele transforma o seu personagem (como o roteiro pede) em um sujeito ameaçador, mas, ainda assim, complexo (sem falar que ele está bem carismático). Clive Owen, que pegou o personagem menos ambíguo do filme, também está ótimo, apesar de não se comparar aos outros protagonistas. Merece destaque também a ótima performance de Jéssica Alba, fazendo Nancy. Apesar de fazer uma “boa moça” no filme, interpreta com sensualidade (ou “excesso de gostosice”, como preferir) a personagem.

Enfim, “Sin City” é um filme espetacular. Fantástico roteiro e direção, e ótimas atuações fazem desse filme, sem dúvida, o melhor do ano até o momento.

Cotação: 5/5 (9.5)

Até mais e abraços; Rodrigo

Ouvindo: The Doors - Alabama Song (Whisky Bar)

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