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Punch Drunk Movies

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terça-feira, maio 17, 2005

Em Busca do Ouro

Três Reis (Three Kings, 99)



Curiosamente, tive várias oportunidades de assistir “Três Reis”. E não assisti por, respectivamente, duas coisas: 1) não estava com nenhum interesse em relação ao filme e 2) não conhecia o diretor David O. Russel. São duas razões absolutamente normais quando se trata de um filme; porém com “Três Reis” é diferente: após o termino da projeção, senti que eu era um absurdo; não pela razão “1”, mas pelo meu desconhecimento do diretor David O. Russel; que todos devem procurar conhecer melhor seu estilo, pois talvez a originalidade do diretor talvez possa surpreender qualquer pessoa, como eu me surpreendi.

É março de 1991, a Guerra do Golfo chega ao fim. Todos os soldados norte-americanos estão comemorando sua volta para casa. Até Archie Gates, Troy Barlow, Chiefe Elgin e Conrad Vig; quer dizer, até certo momento, pois Troy, Conrad e Chiefe descobrem um mapa entre civis iraquianos. Analisando este, os três descobrem que o mapa mostra um caminho para encontrar o ouro que Saddam Hussein roubou do Kuwait. Além de Troy, Chiefe e Conrad, Archie Gates se junta ao grupo ao ouvir rumores entre os soldados deste mapa. Porém os quatro soldados não estão sozinhos nesta disputa: a repórter Adriana está louca para escrever uma matéria sobre o ocorrido.

O roteiro é escrito por David O. Russel. Ele mostra grande competência ao escrever o roteiro, tornando-o extremamente original, o que me leva a crer que o filme foi injustiçado na categoria “Roteiro Original” no Oscar. Ainda mostrando competência, Russel não coloca em seu roteiro somente cenas com humor ou com uma carga de comédia, como também mostra a realidade das pessoas no Iraque, tanto civis quanto soldados (em uma cena, O. Russel mostra uma criança armada, o que é uma realidade). Ele também retrata muito bem os grupos de rebeldes existentes ali, as pessoas que lutam contra o governo de Saddam. Outro bom ponto no roteiro é o desenvolvimento deste; que faz uma certa crítica à guerra, e ao governo tanto americano quanto Iraquiano. Russel também nos presenteia com seqüências brilhantes, que falarei mais detalhadamente a seguir.

A direção do filme também é feita por David O. Russel. Ele impõe ao filme um humor absolutamente fantástico, pouco visto em filmes atualmente. Porém, demonstrando competência não só no roteiro como na direção, em cenas que tem que possuir uma carga emocional grande, ele faz desta uma cena dramática, mas se a cena tiver que ter um humor, ele também a faz. Mas na sua direção, O. Russel também presenteia o espectador com seqüências excelentes e originais; como por exemplo, a cena em que o personagem de George Clooney mostra como é uma bala entrando dentro de uma pessoa; nesta mesma seqüência, o personagem de George Clooney mostra como os personagens Mnark Wahlberg, Ice Cube e Spike Jonze devem enfrentar à segurança do lugar secreto onde o ouro está guardado: nesta cena, o espectador é surpreendido com uma explosão excelente. Bom, mas existem outras seqüências memoráveis, que não saem da minha cabeça, e estas seqüências tornam a direção de David O. Russel ainda mais excepcional.

Enquanto as atuações, estas estão boas. O quarteto principal (formado por Ice Cube, Mark Wahlberg, George Clooney e Spike Jonze) está muito bem: Cube foi uma surpresa, principalmente pelo fato dele não ser ator, mas sua atuação foi até um pouco acima do que eu esperava; Wahlberg também está muito bem, ele faz de seu personagem, Troy, uma pessoa humana que se preocupa com sua família; Clooney também está ótimo, seu personagem conseguiu ganhar minha simpatia; e, por fim, chega Spike Jonze (sim, este Spyke Jonze é o mesmo cara que dirigiu “Quero Ser John Malkovich” e “Adaptação”), que assim como Ice Cube, me surpreendeu. Achei que ele só tinha talento na direção, mas ele provou que é um bom ator (porém ele continua sendo melhor na direção). Outros do elenco que merecem destaque são Nora Dunn, interpretando a ambiciosa repórter Adriana Cruz; e Cliff Curtis, interpretando o líder da rebelião, Amir Abdullah.

“Três Reis” é um filme, em todos os aspectos, surpreendente. Não esperava que a direção de David O. Russel fosse tão eficiente, que o roteiro fosse tão original e que as atuações fossem tão convincentes. E a conclusão final é: “Três Reis” é um filmão. Imperdível.

Cotação: 5/5

Até mais e abraços; Rodrigo

Ouvindo: New Order - Crystal

PS: No fim de semana que passou fui ver "A Intérprete". Bom filme, mas bem fraquinho. Estou fazendo um texto.